PRATICANDO O SEXO SEGURO

25-06-2014 11:14

O HIV e outras infecções graves podem ser transmitidos sexualmente. Se uma pessoa com HIV fizer sexo, o vírus poderá passar do seu sangue, sêmen ou fluidos vaginais para a corrente sanguínea da outra pessoa através das membranas mucosas que revestem a vagina, pênis, reto ou boca. É por isso que algumas mensagens de prevenção do HIV incluem a frase "evite o sexo" ou "adie o inicio das relações sexuais". Como a maioria das pessoas acha muito difícil não fazer sexo, outra mensagem crucial de prevenção do HIV é "pratique sexo seguro".

Concordando em fazer sexo seguro - um exemplo

Maria quer que João use camisinha quando fazem sexo. Ele recusa. Maria pode tentar maneiras diferentes de conseguir isso. Ela pode pedir com jeitinho ou desafiá-lo, até mesmo ameaçá-lo. Ou pode oferecer alguma coisa que ele deseje se concordar. Pode, por exemplo, aceitar o sexo com a luz acessa, fazer uma massagem nele ou praticar sexo oral. Talvez ela não tenha feito nada disso antes, mas concordaria se ele usasse o preservativo. Se chegarem a um acordo, estarão negociando o sexo seguro.

 

Sexo seguro quer dizer:

  • atividade sexual sem penetração, como masturbação, sexo nas coxas (onde o pênis não penetra a vagina ou o reto), carícias, massagem ou beijos.
  • uso de barreira, como o preservativo masculino ou feminino, durante o sexo vaginal ou anal para impedir que o HIV entre no sangue. Isto é conhecido como sexo com proteção.
  •  só praticar sexo sem proteção quando ambos os parceiros sabem que não são portadores de infecções sexualmente transmissíveis (ISTS) e não correm risco de infecção por sangue infectado, uso de drogas injetáveis ou transfusões de sangue contaminado.

Mesmo quando praticamos sexo seguro, pode ser muito difícil repetir isso em cada ato sexual; mesmo assim é importante tentar. Atitudes que podem ajudar:

Conhecer melhor nosso corpo. A sexualidade e comportamento sexual são influenciados pelo grau de conhecimento que temos de como funciona o nosso organismo e o que sentimos em relação ao nosso corpo. Explorar o sexo e a sexualidade em grupos seguros de discussão pode apresentar às pessoas mais informações sobre seu corpo e saúde reprodutiva e sexual. Pode também servir para ajudar as pessoas a explorar os prazeres do sexo sem penetração.

Prestar atenção a nossas emoções. As emoções afetam nosso comportamento sexual. Em Porto Rico, o grupo "Nossas vozes contra o HIV/AIDS" atua entre mulheres heterossexuais jovens discutindo emoções que constituem uma barreira ao sexo seguro, como medo e ansiedade, e emoções que tornam mais fácil negociar o sexo, como confiança e segurança.

Examinar honestamente o nosso comportamento sexual. Influências externas como família, comunidade, cultura, religião e amigos passam mensagens enfáticas sobre como deve ser o nosso comportamento sexual. O que fazemos sexualmente é muitas vezes diferente do que consideramos como o comportamento certo. Isso torna difícil para as pessoas serem honestas consigo mesmas e com os demais sobre seu verdadeiro comportamento sexual, como o sexo fora do casamento. Quando as pessoas negam o seu comportamento sexual de risco elas têm menos probabilidade de se proteger e aos seus parceiros das ISTS. É interessante fazer exercícios que ajudem as pessoas a perceber como podem estar vulneráveis ao HIV/AIDS ou trazer risco para outras pessoas.

 

Sexo depois do HIV

"O relacionamento que eu tenho com Richard, que também está vivendo com HIV tem me mostrado que o sexo não é o componente mais importante no amor. Compreensão, apoio, carinho e o desejo de viver uma vida significativa e com respeito são ainda mais importantes."

“O HIV foi a melhor coisa que aconteceu no nosso casamento. Ele nunca vinha para casa, só fazíamos sexo quando ele estava embriagado. Agora nós conversamos de verdade e o sexo seguro abriu novas opções para mim, sexualmente, como tocar o corpo um do outro”

 

Na hora do sexo

Cada vez que fazemos sexo é diferente. O contexto no qual o praticamos pode tornar mais difícil ou fácil o sexo seguro. Por exemplo: tenho privacidade? Meu (minha) parceiro(a) é violento(a)? Até que ponto conheço meu(minha) parceiro(a)? Confio nele(a)? Dependo financeira ou emocionalmente dele(a)? Tenho acesso ao preservativo e a tratamento para ISTS? É aceitável para mim o uso do preservativo? As mulheres podem discutir o sexo nesta comunidade?


Mesmo quando uma pessoa conhece e confia no(a) seu(sua) parceiro(a) sexual, pode ser difícil conseguir que concorde em praticar o sexo seguro. É importante escolher o momento certo. Entre as atividades que podem ajudar estão:


Praticar sozinho ou num grupo de pessoas confiáveis No Senegal, membros de duas tradicionais associações femininas foram treinadas para reconhecer ISTs e usar preservativo. Algum tempo depois, uma mulher relatou: "Meu marido voltou de uma viagem e, durante a brincadeira erótica que aprendi com outras mulheres, examinei seu pênis e vi uma bolhinha. Não falei nada, continuei a excitá-lo até que gozou sem me penetrar. Depois conduzi a conversa para seus casos extraconjugais, ISTS, a necessidade de procurar tratamento e disse que enquanto isso ele tinha que usar camisinha."


Melhorar a comunicação e a autoconfiança pode nos ajudar a ficar mais à vontade para conversar com nossos parceiros sobre sexo e as práticas de sexo seguro que nos agradariam mais. Isto significa expressar claramente nossos sentimentos.