Pais que brincam são os melhores

20-12-2019 18:56

Brincar é um direito fundamental de todas as crianças, imprescindível  para um crescimento saudável e feliz.
Apesar de parecer ser apenas uma questão de bom senso (que o é, na verdade), actualmente existe bastante investigação relativamente à importância do brincar no desenvolvimento das crianças.

Este é um processo que assenta, basicamente, no estabelecimento de relações afectivas e apropriadas com os outros e com o mundo que rodeia a criança, pelo que a forma mais correcta e genuína disso acontecer é mesmo através das brincadeiras.  Só assim se consegue alcançar o bem-estar físico, intelectual, social e emocional de que todas as crianças precisam para atingir o seu potencial e, acima de tudo, ser felizes.

É certo que existem algumas dificuldades no dia-a-dia, nomeadamente a falta de tempo dos pais ou das crianças (entre escola e actividades extracurriculares, nem  sempre sobra muito tempo disponível) e o facto de  muitos pais não saberem  como brincar com os filhos.  No entanto, aqui ficam algumas reflexões que devem ser levadas bem a sério por  todas as pessoas que lidam com crianças:

  •  A brincadeira livre e não estruturada (ou seja, não dirigida pelos adultos) é uma componente essencial e saudável da infância
  • O brincar activo  (em detrimento do entretenimento passivo) é muito mais agradável para todos e muito mais importante para o desenvolvimento das  crianças
  • Os pais que brincam são melhores pais e isso é uma verdade indiscutível
  • A ideia de que dirigir o tempo apenas para o desempenho académico é mais útil e proveitoso no futuro é completamente errada, perversa e prejudicial para  as crianças
  • A partilha de prazer é essencial para uma infância saudável e o suporte para  um percurso de sucessoA única forma de termos pais e filhos felizes é através das brincadeiras e dos tempos que passam juntos. Isso tem que ser uma regra e não momentos de excepção.
- A minha filha há  sete dias que está com  dores de barriga e muita fraqueza, sem conseguir estar de pé. Tem 11 anos e tudo começou com diarreia durante dois dias. Depois começou com fraqueza, dores de barriga e febres até hoje. Vivo em Londres.  Já fui várias vezes ao  hospital e eles disseram  que ela tem que beber  muitos líquidos, só, mais nada. Já passou uma semana e está na mesma. Queria saber se posso dar desparasitante mesmo ela estando assim.
Após uma situação de diarreia, as dores de barriga podem manter-se durante mais  alguns dias. No entanto,  se ao fim de uma semana o quadro não melhorar,  faz sentido que a criança  seja reavaliada, particularmente quando  há febre associada como  no caso da sua filha.  Nesta situação não me parece que a causa seja  um parasita, pelo que aguardaria pela resolução  do quadro para dar  o desparasitante.
 
- O meu filho tem  24 meses. Constipou-se  em Dezembro e desde então começou a ficar esquisito com a comida, ao ponto de, em casa, não querer comer sopa nem determinados alimentos.  Já perguntei no infantário  e dizem-me que ele come bem lá mas em casa não consigo convencê-lo  a comer a sopa e determinados pratos.
Já tentei, insisti e nada. O que posso fazer para ele voltar a comer de tudo? Como ele come bem no infantário, parece-me claramente um problema comportamental. Assim,  a solução passa essencialmente por: estabelecer um horário  certo para as refeições, evitando todo o tipo de  snacks (fruta, pão, bolachas, iogurte, …) entre elas, e  tentar não dar alternativas quando o seu filho não  comer tão bem, porque se compensar com alimentos  de que ele gosta mais  ele acaba por fazer disso regra.
 
In Revista + Saúda Nº 32, Junho 2018